segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
O patinho feio
CONTOS 0Era uma vez ...Uma patinha que teve quatro patinhos muito lindos, porém quando nasceu o último, a patinha exclamou espantada:
- Meu Deus, que patinho tão feio!
Quando a mãe pata nadava com os filhos, todos os animais da quinta olhavam para eles:
- Que pato tão grande e tão feio!
Os irmãos tinham vergonha dele e gritavam-lhe:
- Vai-te embora porque é por tua causa que toda a gente está a olhar para nós!
Afastou-se tanto que deu por si na outra margem. De repente, ouviram-se uns tiros. O Patinho Feio observou como um bando de gansos se lançava em voo. O cão dos caçadores persegui-o furioso.
Conseguiu escapar do cão mas não tinha para onde ir, não deixava de andar. Finalmente o Inverno chegou. Os animais do bosque olhavam para ele cheios de pena.
- Onde é que irá o Patinho Feio com este frio?
Não parava de nevar. Escondeu-se debaixo de uns troncos e foi ali que uma velhinha com um cãozinho o encontrou.
- Pobrezinho! Tão feio e tão magrinho!
E levou-o para casa.
Lá em casa, trataram muito bem dele. Todos, menos um gatinho cheio de ciúmes, que pensava: "Desde que este patucho está aqui, ninguém me liga".
Voltou a Primavera. A velha cansou-se dele, porque não servia para nada: não punha ovos e além disso comia muito, porque estava a ficar muito grande.
O gato então aproveitou a ocasião.
- Vai-te embora! Não serves para nada!
A nadar chegou a um lago em que passeavam dois belos cisnes que olhavam para ele. O Patinho Feio pensou que o iriam enxotar. Muito assustado, ia esconder a cabeça entre as asas quando, ao ver-se reflectido na água, viu, nada mais nada menos, do que um belo cisne que não era outro senão ele próprio.
Os cisnes desataram a voar e o Patinho Feio fugiu atrás deles.
Quando passou por cima da sua antiga quinta, os patinhos, seus irmãos, olharam para eles e exclamaram:
- Que cisnes tão lindos!
Os Três Coelhinhos Espertos
CONTOS 0Num país imaginário viviam 3 coelhinhos que eram irmãos e se chamavam Pim, Pam e Pum. Era um país de fantasia, com florestas muito densas, e lindos riachos a correr pelos campos cheios de flores. Certo dia o Pim disse aos irmãos:
-Não gostavam de dar um passeio pelo bosque? Era divertido!
A ideia foi logo aceite com entusiasmo por Pam e Pum, e lá foram os três coelhinhos à procura de surpresas. Chegaram a um vale muito tranquilo, cheio de bonitas flores nas quais os irmãozinhos se entretiveram a comer gostosíssimos trevos. Ah!, mas nem tudo era paz naquela floresta. Nela se erguia o castelo do gigante Brutamontes, que precisava de comer, todos os dias, três vacas e várias dúzias de cordeiros. Precisamente naquela manhã o gigante tinha saído, à procura de lenha e de alimentos, armado com a sua terrível espada e um grande saco às costas. E, de repente, parou admirado:
-Mas o que é que eu estou a ver ali? -disse o Brutamontes. -Três coelhos, com certeza são forasteiros, porque, se não, não se explica que andem por aqui tão à vontade! Lá muita carne não se pode dizer que tenham, mas servem-me de aperitivo. Então, meus rapazes!
Quando ouviram aquele vozeirão, os três coelhinhos sobressaltaram-se e, quando olharam e viram aquele gingantão, quase iam desmaiando. Quizeram fugir, mas o Brutamontes já lhes tinha cortado a retirada, rindo às gargalhadas:
-Ho, ho, ho! Corram mas é para dentro deste saco, que tenho a panela à vossa espera.
E, com grande habilidade, pegou neles e enfiou-os naquele saco enorme.
-Ele quer devorar-nos!, choramingava o Pim, apavorado.
-É um gigante enorme!, declarou o Pam.
-Com certeza, engole-nos num instante, ai que desgraça!
-Nao adiantamos nada a lamentar-nos, disse muito sensatamente o Pum. O que temos que fazer é tentar rasgar o saco. Se o conseguirmos...
Mas todos os esforços que fizeram não deram nenhum resultado. Entretanto, tinham chegado ao castelo do gigante, que começou logo a preparar o lume à frente dos três coelhinhos apavorados, que já o gigante pusera fora do saco para os meter na panela.
-Tive uma ideia! -disse subitamente o Pum.
Contou-a, baixinho, aos irmãos. Imediatamente os três coelhinhos se aproximaram do gigante Brutalhão e, numa distração deste, atiraram-lhe cinza aos olhos. Aquele bruto começou a rugir como uma fera, porque não conseguia ver nada.
-Malditos! Hei-de apanhá-los, hei-de apanhá-los, gritava. Mas o Pim, o Pam e o Pum, enquanto ele ia berrando aquelas ameaças todas, corriam já, mais depressa que o vento, em direção à floresta e, quando conseguiram chegar à sua toca repetiam, uns aos outros, ainda tremendo de emoção, a história da sua salvação.
E nunca mais foram passear para aqueles lados!
PINÓQUIO
CONTOS 0
Tocando Pinóquio com a varinha mágica disse:
- Vou-te dar vida, boneco. Mas deves ser sempre bom e verdadeiro!
- Porque vais para a Escola havendo por aí tantos lugares bem mais alegres? - perguntou a raposa.
- Não lhe dês ouvidos! - avisou-o Pepe.
Mas Pinóquio, para quem tudo era novidade, seguiu mesmo as tratantes e acabou à frente de Strombóli, o dono de um teatrinho de marionetas.
- Comigo serás o artista mais famoso do mundo! - segredou-lhe o astucioso Strombóli.
No final do espectáculo Pinóquio quis ir-se embora, mas Strombóli tinha outros planos.
Por sorte o grilo Pepe correu a avisar a Fada Madrinha, que enviou uma borboleta mágica para salvar Pinóquio.
Quando se recompôs do susto, a borboleta perguntou-lhe aonde vivia.
- Não tenho casa. - respondeu o boneco.
A borboleta voltou a fazer-lhe a mesma pergunta, e ele a dar a mesma resposta.
- Não quero este nariz! - soluçou Pinóquio.
- Terás que te portar bem e não mentir! Voltas para casa e para a Escola. - disse-lhe a Borboleta Mágica.
- Anda, Pinóquio. Conheço uma porta secreta...! Não te queres transformar em burro, pois não? Levar-te-iam para um curral!
- Sim, vou contigo, meu amigo.
Ao chegarem a casa encontraram-na vazia. Por uns marinheiros souberam que Gepeto se tinha feito ao mar num bote. Como o grilo Pepe era muito esperto, ensinou Pinóquio a construir uma jangada.
Dois dias mais tarde, quando navegavam já longe de terra, avistaram uma baleia.
Mas não puderam salvar-se ... a baleia engoliu-os.Em breve descobriram que no interior da barriga estava Gepeto, que tinha naufragado no decurso de uma tempestade.
Depois de se terem abraçado, resolveram acender uma fogueira. A baleia espirrou e lançou-os fora.
E a partir dali mostrou-se tão dedicado e bondoso que a Fada Madrinha, no dia do seu primeiro aniversário, o transformou num menino de carne e osso, num menino de verdade.
- Agora tenho um filho verdadeiro! - exclamou contentíssimo Gepeto.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Carochinha e o João Ratão
CONTOS 0Como era o primeiro pretendente, não ficou desanimada e continuou a perguntar, desta vez com uma voz mais alegre e um aperto no coração. - Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?
Mal tinha acabado de última palavra, apareceu o Cão que ladrava e gania de animação. - Ão, ão! Quero eu, quero eu! Se casares comigo, tens uma casota toda janota e comida saborosa que me dá a D. Rosa. - Ai pobre de mim! Que alarido! Queixou-sedando um suspiro; Com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não me serves para marido. Ficou a ver o Cão a afastar-se com as orelhas baixas e o rabo entre as pernas, e voltou a tentar a sua sorte.
Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Muito gorducho e envergonhado, aproximou-se o Porco com um rabo que mais parecia um saca-rolhas e o focinho molhado. - Oinc! Oinc! Quero eu, quero eu! Sou muito comilão, mas também dizem que sou bonacheirão. - És muito simpático e pareces ser divertido. Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Também mão me caso contigo.
Depois, encheu o peito de ar, sorriu e voltou a perguntar: - Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Com peito inchado, penas coloridas e luzidias, candidatou-se o Galo que resolveu cantar para impressionar. - Cocorocó! Cocorococó! Quero eu, quero eu! Se casares comigo, vais madrugar. - Galo garnisé, com tanto banzé acordavas-me a mim e aos meninos de noite! E, sem dormir, íamos passar o tempo a refilar.
A nossa amiga queria mesmo casar, por isso tinha de continuar. Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Com um miar meigo e a cauda bem levantada, aproximou-se o Gato janota a ronronar. - Miau, renhaunhau. Quero eu, quero eu! Se gostas de leite, peixe fresquinho e de apanhar banhos de sol nos telhados, então podemos casar. - Banhos de sol talvez; Mas leite? Peixe fresquinho? E, com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não é contigo que vou subir ao altar.
Seria possível? Seria assim tão difícil encontrar alguém que não fosse barulhento? Mas foi então que reparou em alguém que se aproximava a passo lento. - Oin, in, oin. Quero eu, quero eu!; zurrou o Burro; Olha, se casares comigo, não vais dormir ao relento. - Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! A minha vida ia ser um verdadeiro tormento!
Como já era tarde, a Carochinha pensou que seria melhor ir tratar do jantar, mas foi então que ouviu chiar; - Hi, hi! E a mim, não vais perguntar se quero casar? Com um sorriso de felicidade por alguém tão simpático e com uma voz tão fininha, a Carochinha correu para o pátio. - Como te chamas? - Sou o Ratão. Queres casar comigo ou não?
A Carochinha convidou-o a entrar, pois tinham muito que conversar e uma data de casamento para marcar. Enviaram os convites, compraram a roupa e prepararam a boda a rigor com o senhor prior. Domingo era o grande dia! A noiva foi a última a entrar na igreja e estava linda, de causar inveja. O João Ratão estava orgulhoso mas também muito nervoso. Trocaram juras de amor eterno e, no fim, choveu porque era Inverno.
Foi então que o João Ratão se lembrou da viagem ao Japão. Correu para casa, porque se tinha esquecido das luvas, mas sentiu um cheirinho gostoso e, acabou por ir espreitar o caldeirão.
Pouco depois, a Carochinha achou melhor ir procurar o marido que estava a demorar. - João Ratão, encontraste as luvas?; chamou ela ao entrar. Procurou, procurou quando chegou perto do caldeirão, quase desmaiou e gritou: - Ai o meu marido, o meu rico João Ratão, cozido e assado no caldeirão! E assim acaba a história da linda Carochinha, que ficou sem o João Ratão, pois era guloso e caiu no caldeirão.